domingo, agosto 30

Protocolado - Pág. 3


(Leia escutando Katie Melua - Just Like Heaven originalmente de The Cure.)


Removido pela autora.

Volare, oh oh...


Julia era filha única. De um lado a neta quase caçula, do outro a neta mais velha. Para outrem, talvez isso não faça a menor diferença, mas somente ela sentia tal responsabilidade. Para qualquer um talvez também não existissem maiores implicações, mas era ela, então ela sentia. Ela tinha um futuro feito, em suas mãos se ela quisesse, mas ela o trocou para lutar pelas coisas que queria. Ela queria lutar porque queria ser igual aos que a precederam e, ela, mesmo sabendo que, a vida e sua luta não são fáceis, ela queria passar por isso, queria sentir na pele como é conquistar, construir e mudar algo. Todo mundo perde o foco às vezes, ela se encantava pelo mundo e se iludia às vezes. Outrora percebia que tudo era difícil demais e causar mudança implicaria em muito mais luta e cooperação do que imaginara. Ficava sempre a olhar os seres que bailavam no céu. Algumas vezes conseguia tocar as asas da mudança quando de repente, ou o vento não a impulsionava ou decidia que era mais seguro voltar com pés ao chão. Ela não tirava os olhos dos espelhos, queria ver o quanto já tinha atingido o patamar de seus predecessores. Ela não estava ansiosa porque ela sabia que o tempo era a substância da vida. Ficava a se perguntar como conseguiria tal feito pois ela queria voar, mas com os pés no chão.

terça-feira, agosto 25

Colher, há tempo se...


Eu li. “O Eclesiastes, o homem da assembléia, seu significado na língua grega, apresenta o pensamento de um sábio ancião com o intuito de instruir os jovens. Suas ricas exortações para conduzir bem a vida incluem sábias indicações no capítulo terceiro. Vale a pena recordá-las para reavivar, em oração, no próprio coração, tão pertinentes advertências e indicações. Ele diz: ‘Tudo tem seu tempo. Há um momento oportuno para cada coisa debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de destruir e tempo de construir; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de lamentar e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras e tempo de as ajuntar; tempo de abraçar e tempo de se afastar dos braços; tempo de procurar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora; tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de calar e tempo de falar; tempo de amor e tempo de ódio; tempo de guerra e tempo de paz.’”
Eu achei. Que talvez estivesse algo errado e que talvez tenha perdido O caminho.
Eu colhi. Hoje eu juntei uma pedra, ou colhi algo que semeei se assim queira entender. Talvez tenha demorado um pouco, mas quem importa? Enfim, chegou.
Fig.: Leitura (1982), de Almeida Júnior. Pinacoteca do Estado, São Paulo.

sexta-feira, agosto 21

Perdida em Pensamentos


A figura veloz do carro deu lhe o tino de que estava dirigindo. Hoje é aniversário, faz três semanas que anda perdida nos pensamentos. O automatismo tomou conta, vive plenamente só com sua consciência prática. E, foi naquele momento que o guardião lhe entregou de volta a luz de seus anseios. Inicialmente e perdida novamente gondoleou, gondoleou, gondoleou...

terça-feira, agosto 11

"Nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado"


O lixo é um problema sério. A sujeira. Todo mundo acha que fica livre do lixo quando tira ele de casa. Não se preocupa para onde ele vai, o que fazem com ele e muito menos o que fazer para reduzir seu lançamento num lugarzinho específico na sociedade.


Melhor sensação não há quando ao perímetro dos olhos tudo está limpo. Sinais de sensação contrária incomodam bastante, mas é incrível como se deixa amontoar sempre mais e mais entulho até que fique inevitavelmente visível. Daí fica cada vez mais difícil limpar.


É só depois de cansar-se de gastar energia nas várias etapas de limpeza que finalmente o ser humano aprende que pode evitar acumular sujeira. Organiza-se de forma a livrar-se aos poucos desse mal que aflige a nossa nação.


O lixo volta. A sujeira volta. E aí caímos na real de que não é tão fácil livrar-se deles. Deles.


É realmente um infortúnio, mas, o que fazer se nesse nosso mundo todo mundo produz lixo.