sábado, dezembro 18

A real beleza de virar anos

Não podemos ter a certeza de ter e não ter muitas coisas. Mas de duas coisas devemos considerar certo: não temos muita segurança enquanto vivos mas, temos sorte. A vida é inédita.

Virtuoso círculo

No imaginário comum, lutar!, para vencer.
Vencer e vencer, todos os dias, o cansaço de lutar.

Faz-se a luz. Faz-se o alimento. Faz-se o amanhã.

O céu se arama, paira no horizonte a figura imaginada de uma constante e intensa queda. As águas continuam se unindo e aquele pingo reluzente, continua só!

Lá embaixo o pólen. Continua a pairar no corpo da abelha. Abelha? Porquê?

Alguém grita: "Faz-se a luz!"

Exemplo Herói, o mais velho.

Ele é de longe a pessoa mais inteligente de que já conheci. Inteligência não é isso que a maioria diz, é o que a natureza evidencia. Não conjuga verbo, não gosta da comida de italiano, não gosta de fazer as coisas por improviso e tem uma visão de águia: daquelas de transformar coisas perdidas em ótimas produções. Mas ele sabe o que realmente importa. Fez mais coisa que muita gente que fala bonito, que fala difícil, que tem um diploma pregado na parede que não "prestou" nem pra tratar a humanidade com dignidade e respeito. Meu avô fugiu de casa mesmo novo, mas não foi pra fazer coisa errada. Mal sabia o futuro promissor que lhe caberia naquele ‘tchau’ amargurado da mãe, do pai, dos irmãos. E também nem adivinharia a paixão avassaladora que teria por aquela trabalhadora da única fábrica de tecidos daquela pequena cidade. Mas anos depois ele voltaria no automóvel mais bonito que aquele povo já teria visto ao vivo e a cores. A menção não está no automóvel por si, estão nos feitos legítimos pouco grandes, ora pequenos, aqui um deveras mal ditos. E na cidade até doutor tratava com respeito aquele homem que não se letrou, que não se formou, mas que viveu, tratando a todos como humano. E ele continua a mesma pessoa humilde na mente. “Alembra” quem um dia me disse pra traçar meu próprio caminho mesmo tendo carregado a herança de filha única a seguir o mesmo ofício dos pais. Mas quem o conhece mesmo, sabe o quanto ele faz em vida o que realmente importa. E restaria a mim somente lutar a ter tamanha consciência, se, eu conseguir, chegar, ou fazer algo como ele, ainda nos dias de hoje, com todas as dificuldades de quem conjuga o verbo.

Vasto Drummond. Pequeno o Mundo.


Removido pela autora.

*Imperfeita poética sobre Drummond. Adaptado e sem méritos no 16ºPNASR.

quinta-feira, dezembro 16

Rubia


Tens a cor do Rubi
Teu nome é cor.
Cor do coração.
Cor do Sangue
Teu nome é Rúbia
Nome de Rosa
Bela como a vida

De: Roberto, o Poeta na Bienal dos Piores Poemas
http://bibinhopoeta-contagem-literatura.blogspot.com/

domingo, dezembro 12

Meu eterno caminho. À felicidade.



Ainda que eu não ande, eu corro.
Corro contra as intempéries da vida, contra os preconceitos, contra a solidão que aflige toda a humanidade. Corro contra a solidão de quem nada superficialmente num mar de muitos amigos.
Não que os outros importem.
Mas alguém importa. Alguém me importa.
Poucas vezes ao correr eu sinto em meu rosto alguma dor. Não há vento, não há frescor.
Há apenas uma sensação de quem teme. Sofrível a todo ser, humano. Porém, não tenho medo do amanhã, pois o que vem eu sei que já basta. Eu vivo, eu corro. E isso eu aprendi num último segundo, aquele que não foi suficiente para me bastar.
O que ocorre, então, é que na maioria das vezes o vento é seda. Quando tenho a completa consciência do meu ser, de forma que, os medos se amenizam numa realidade bela e mágica de quem venceu o contrário do que é vida. A realidade de quem por um fio a perdeu e, por isso, tenho-a comigo valorizada, palpitada em meu peito. E esse vento é o que afaga meu rosto, singelamente, numa doce música de ser capaz de ver o brilho dos seres ainda nos dias que julgo mais difíceis. E quando suavemente os vejo vir em minha direção, sim, aqueles de quem compartilham a minha esperança, tenho comigo a certeza de que não estou só.
E é por isso que talvez eu sofra de poucos dos males que agoniam a humanidade. Muito pouco comparado ao que vejo ao meu redor. Muito pouco. Quase nada.
E, também, pouco se sabe sobre o que eu sinto todo mundo sente.
Aliás, como todos, eu corro contra o tempo. Mas eu um segundo foi me dada uma escolha, sabendo lidar, então, na verdade eu ando com ele. E dessa certeza não se pode duvidar. É uma certeza. Pouco relativa e muito absoluta. A certeza da superação. A certeza de poder dormir e acordar para todo o amanhã. Estruturando e vivendo e respirando o meu eterno caminho à felicidade.

É modesto, mas é para você, Pedro Bertolini.
Tardou em ser feito o pedido carinhoso de um grande amigo. Não o deixaria para o próximo ano quando o obtivesse somente comigo à luz de tanta saudade.

domingo, dezembro 5

Variações Assiduísticas


Meus colegas de geração não se expressam assiduosamente. Nem mesmo são escritores assiduantes. Só que de forma assídua se lhes tem outras coisas. Clientes assiduosos no assiduar do sistema de todos os dias no assiduesmíssimo cotidiano.
Assíduo: Pouco Exato.