quinta-feira, setembro 10

Coisa de Cliente


“Já que o horário de funcionamento das lojas quase se esgota acho que vou passar primeiro na relojoaria e depois na farmácia”, pensei. Decidi entrar na relojoaria e afins tradicional no bairro de uma família japonesa. Ao entrar, estão lá como sempre a família reunida, desta vez somente o casal de meia idade.
_ Boa Noite! Preciso de duas baterias destas! Vocês têm?
Entregando-as a mulher e ela sem tirar o olho da televisão, que passava uma novela de uma rede famosa, ela as passa para seu marido. Ele, sem testar a carga das baterias diz:
_ Seis reais cada.
Embora estivessem somente um real mais caras que da última vez, há muito, pensei em pechinchar:
_ E com desconto?
A japonesa que parecia alheia à situação, preocupada em saber o desenrolar da história que se passava na TV, surpreendentemente responde:
_ Ali em baixo é mais barato!
_Ahn? Como é que é?
E com toda seriedade:
_ É lá em baixo, nos camelôs daqueles meninos é mais barato.
O marido balança a cabeça contestando com uma risadinha:
_ Mas não presta!
_ Ok, muito obrigada! – Shhh.
Eu sabia que não prestava. Fui lá porque queria um bateria made in Japan, e motivada tradicionalmente pelo comércio deles. Enfim, sai da loja e a “lei” da concorrência falou mais forte. Fui à loja ao lado, do mesmo departamento e comprei as mesmas baterias, sem diferença de preço e sem desconto, infelizmente. Porém existe algo que é extremamente importante na lógica do comércio, a negociação e mesmo que não seja possível ceder por que talvez o lucro seja pequeno, a cortesia. Perder demanda desta forma é realmente fácil.

Um comentário: