Uma ode daria a esse ensurdecedor movimento de engrenagens vivas e mortas. A travessia pela cidade, o passado revivido e que já não mais faz sentido, os apertos de mão que de efêmeros passam a infinito, eterno amor agressivo ao perigo retido em versos. “Não há mais beleza senão na luta”. Como que sabia Marinetti se demorará anos para que esse muro construído a sua volta seja finalmente demolido? Sua exclusão ao outro lado do mundo se deve a pensar que, parafraseando-o, o calor de um pedaço de papel é já mais apaixonante, para nós, do que a imagem de uma mulher.
“Imagens não são flores para escolher e colher com parcimônia.”
Voltaire
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