quarta-feira, janeiro 19

A tal da Liberdade


Julga-se que entre o sedentarismo e o nomadismo há um valor mais desenvolvido que outro. Entre todos que conheço tenho notícia de apenas uma família que seja nômade. Não sei se por vontade ou por necessidade, mas sei que são pouco bem vistos. Afinal, falta previsibilidade nas ações, falta confiança na palavra. Às vezes as idéias e os valores acompanham esse estado estacionário e, por mais que alguém tente libertar, a si e a seus pensamentos, eles permaneceriam agarrados a uma base intransponível e transparente. Que mal há em descartar um pouco da própria previsibilidade por um período indeterminado de tempo ainda que ele pouco demore a se findar? Talvez assim seja até mais fácil vencer as intempéries de um modelo a muito vivido e quando se enfrentarão contrariedades jamais habitadas.

Em 140 caracteres: É utilizar da plasticidade da mente humana para encontrar diversas maneiras de nos salvar das contrariedades das nossas próprias atividades.

Isso talvez seja a tal da liberdade. Isso talvez seja fazer si próprio o mundo girar.

E talvez seja isso compreender que se as coisas não foram entendidas, elas mal foram é explicadas.


Fig.: Cezanne, Paul. The Abduction (1867) 89.5 x 115.5 cm; Fitzwilliam Museum, Cambridge, UK

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