terça-feira, fevereiro 22

Parecia um ensaio


Eu nunca quisera estar na pele de ninguém como quis ao ver aquela menina com cerca de 11 anos passear na praça com um grupo de amigos da mesma idade. Aquela felicidade, aquele sorriso despreocupado, os cabelos castanhos, pesados e extremamente lisos ao vento de um lado para outro como quem anda sem se preocupar com os passos a qual dar: exatamente como eu era anos atrás, nessa mesma idade. E como hoje não estou. Sorrisos e passos a dar. Foi quando vendo aquela imagem que eu percebi que afinal algo convinha estranhamente. O motivo era entender o porquê de reivindicar o passado e renunciar o presente tão lutado para ser como ele exatamente é. Não há características a mudar, afinal. Foi então que eu entendi que eu não sabia verdadeiramente o que o medo era. Não tinha a menor noção ou idéia. E daí eu percebi que estava, momentaneamente, com medo. Um sentimento que de tão bobo parecia até doentio. Mas passou. Assim como a infância, que não sei mais o que é.
E chorando, como marcas infantis, alguém bastante especial e de timbre sábio me pergunta: "Afinal, qual é o tamanho do mundo que você quer?"
A resposta, eu não precisaria dar.

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