quarta-feira, fevereiro 16

Intellego

O silêncio da biblioteca contrasta ao silêncio eloqüente da mente. Silêncio despertante de toda atividade ociosa, silêncio estridente, paira-se o corpo a um digno pensar. Um tremendo paradoxo. A cada linha que passam os olhos, vê-se o esvaecer da biblioteca, das pessoas, dos livros. Resta-me somente a mim. Não há tempo, não há movimento, não há mundo exterior, não há o que eles chamam de um universo infinito. O interminável gravita somente neste espaço, entre a tinta e o papel. As mãos levadas à testa, como se fosse possível lhe carregar as idéias, representam um estado interior, de intenso desbravamento. E assim é com os outros. Mas, de repente alguém resiste em continuar. Ao adágio, uma intensa marcha lúgubre. O mundo se volta, e eu, levanto-me da cadeira.

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