quinta-feira, março 5

Sobre o impossível que é possível

Algumas expressões viram clichês, assim como, algumas músicas são banalizadas e criticadas como se fossem uma das obras mais absurdas do mundo, pensando que é preciso mesmo muita coragem para confirmar tal autoria. “Tudo é possível” é algo que aparece principalmente quando se quer algo e quando alguém quer te convencer que você pode ter algo, por mais impossível que possa parecer. E, sabe, essa pessoa a qual te ajudou não deixa de ter “razão”. A vida, o mundo é muito mais complexo do que a própria escrita, pode ser, até mesmo muito mais complexo do que a nossa própria capacidade de assimilação do mundo. Bem, eu quero chegar no ponto em que realmente confirme essa sentença citada. Poderia pensar eu, “ressuscitar, está aí uma coisa que é impossível”. Poderia pensar meu contra-eu, “bem, depende do que é ressuscitar”, “depende do que seja minha crença por ressuscitar”.Sem delongas sobre esse assunto, a questão é que se é possível ressuscitar pelo pensamento, pela crença, talvez não pela vivência, podendo fazer parte até mesmo do próprio conceito adotado de “ressuscitar”.
Nós seres humanos, talvez tenhamos sim muitos valores compartilhados, nada mais nada menos do que algo conseqüente de nossa educação, cultura, processo civilizatório e de socialização. Entretanto, um referente contra-valor pode ser encontrado, e possivelmente será encontrado em outra parte do mundo, ou até mesmo ao seu lado. A questão é que a racionalidade humana é tão limitada e egoísta que é capaz de pensar e ter a certeza de que se é possível que o outro pense da mesma forma, como se os indivíduos compartilhassem de conexões neurais similares, é claro que isso é uma metáfora, imagine, da mesma forma, um compartilhamento de caminhos similares que levam a um mesmo fim. Nós sabemos que não é assim, aliás, nós não sabemos – atos simples e atrozes poderiam ser evitados. O homem é um segredo, e até o último indivíduo viver o seu próprio natal será assim.
Quem já teve algo que costumam de denominar como “desmaio” sabe como a realidade vivida agora pode ser diferente. É como se você fosse transportado à outra dimensão e continuasse a viver, isto é, para quem está perto de você, permanece a percepção de um ser estático, desacordado e sem reação alguma. Mas só você sabe que, na sua percepção você pode continuar a fazer coisas, sendo elas, pertencentes a sua rotina, ou algo inédito. Para aquele que está estático em uma dimensão, está vivendo em outra dimensão. Agora, se essa dimensão é a de um pensamento, um inconsciente, ou de outra realidade, não importa, para quem a viveu serão os segundos mais diferentes e reais daqueles que presenciaram.
Poderia então, concluir que tudo é possível na medida em que tudo é relativo, e não adianta querer ser fanático a coisas certas e com a sistemática de mão única, dupla, ou múltipla do pensamento, a contradição é algo inerente e intrínseco à razão. Por mais estranho que possa parecer, os conceitos se integram na categoria das coisas não generalizáveis do mundo real, sendo este próprio algo que é alta e potencialmente questionável. Afinal, porque eu não posso chamar o que eu vivi no desmaio de real? Ele, ao meu ver por sinal, era muito palpável.

2 comentários:

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  2. É muito inteligente e interessante essa forma de ver e enxergar a realidade. Lembro-me que quando estava na 8º série comecei a ler todos os livros de Jostein Garder, a começar pelo "Mundo de Sofia", e tive a mesma impressão das coisas. É tão bom, parece que realmente chegamos a uma grande descoberta. Porém, é muito interessante um pensamento que tive aqui agora ao ler esse texto. Se tudo é relativo, se as verdades são relativas e talvez não exista uma realidade, então esse próprio pensamento de que tudo é relativo, também é relativo. E pensando assim, pelo mesma linha de raciocínio, chega-se a conclusão final de que tudo não pode ser relativo oras, porque senão esse próprio pensamento seria. Então, essa mesma lógica de pensamento pode nos levar a comprovação da existência de uma realidade! Ou não?

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