Foi interessante notar que, nos tempos de paz, um menino batia com os talheres no alvo prato de porcelana ao fundo do restaurante. O ritmo era das notas que saiam do piano. O instrumento. E, numa expressão genial da figura daquele menino as pessoas o analisavam com um semblante de dúvida. Como se voltassem ao tempo de Forrest Gump e percebessem que ele talvez fosse dotado de muita genialidade. Os clientes se comportavam incrivelmente como nas cenas de um filme. Talvez o de Polanski. Mas, aquele cenário nada pareceria com o mais rotineiro das cenas possíveis. Não era real. Definitivamente. Até que o pequeno infante larga os talheres, quando algo nos outros olhares o incomodou. Mas suas mãos à mesa continuaram dançar de forma singela conforme ditava a música, como se ninguém o notasse. Todo mundo notou. Todo mundo notava até que a música parou, o menino esquivou-se de sua melancolia e todo mundo voltou a olhar para o que fora posto em seus pratos.
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