sábado, dezembro 18

Exemplo Herói, o mais velho.

Ele é de longe a pessoa mais inteligente de que já conheci. Inteligência não é isso que a maioria diz, é o que a natureza evidencia. Não conjuga verbo, não gosta da comida de italiano, não gosta de fazer as coisas por improviso e tem uma visão de águia: daquelas de transformar coisas perdidas em ótimas produções. Mas ele sabe o que realmente importa. Fez mais coisa que muita gente que fala bonito, que fala difícil, que tem um diploma pregado na parede que não "prestou" nem pra tratar a humanidade com dignidade e respeito. Meu avô fugiu de casa mesmo novo, mas não foi pra fazer coisa errada. Mal sabia o futuro promissor que lhe caberia naquele ‘tchau’ amargurado da mãe, do pai, dos irmãos. E também nem adivinharia a paixão avassaladora que teria por aquela trabalhadora da única fábrica de tecidos daquela pequena cidade. Mas anos depois ele voltaria no automóvel mais bonito que aquele povo já teria visto ao vivo e a cores. A menção não está no automóvel por si, estão nos feitos legítimos pouco grandes, ora pequenos, aqui um deveras mal ditos. E na cidade até doutor tratava com respeito aquele homem que não se letrou, que não se formou, mas que viveu, tratando a todos como humano. E ele continua a mesma pessoa humilde na mente. “Alembra” quem um dia me disse pra traçar meu próprio caminho mesmo tendo carregado a herança de filha única a seguir o mesmo ofício dos pais. Mas quem o conhece mesmo, sabe o quanto ele faz em vida o que realmente importa. E restaria a mim somente lutar a ter tamanha consciência, se, eu conseguir, chegar, ou fazer algo como ele, ainda nos dias de hoje, com todas as dificuldades de quem conjuga o verbo.

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