segunda-feira, maio 11

Rosa Radioativa Rosa


A professora entrega as provas a seus alunos. É aquela quem ensinou a quem quisesse perceber que a vida é uma onda transversal de vales e cristas em que buscamos sempre manter o equilíbrio. As cristas seriam a parte feliz de uma vida feliz – o equilíbrio e nos vales se estaria na tristeza constituinte de uma vida feliz. Tudo isso depende da freqüência com que ocorra, a amplitude dos sentimentos elevados ou não ao eterno, os períodos e seus distanciamentos. E não é a toa que a representação da atividade do órgão que nos permite a vida é representada por essas cristas, vales e variações. Será mesmo que o equilíbrio só se consegue quando a atividade cessa? Nada mais que convincente e esclarecedor. Mas a professora e seu desenho permanecem coloridos na memória daquela aluna. A prova trazia na primeira página sentenças curtas, harmoniosas, lineares e substantivas. E aquela menina de 12 anos as canta baixinho num ritual de esperança e tristeza:
_ ... Pensem nas crianças... Mas oh não se esquecam da rosa da rosa ... A anti-rosa atômica sem cor sem perfume sem rosa sem nada
A professora olha para trás e diz:
_ Só poderia vir de você!
Mesmo com aquele sorriso singelo e cheio de satisfação, a menina não entende, mas a professora não esperava que alguma daquelas crianças conhecessem a Rosa de Hiroxima. De certo, ainda ninguém a conhecia, naquele lugar a soberania ainda permanecia assegurada. Mas aquela menina tinha dançado aquela música numa escola chamada Vinícius de Moraes. E ainda estava a procurar entender o porquê de ser possível escrever tal canção.

Um comentário:

  1. o próprio movimento hamônico simples, também chamado de onda, que é o equilíbrio. Não é um ponto específico entre a crista e o vale, mas sim, todos as cristas e todos os vales, todo o conjunto de alegrias e tristezas, conquistas e derrotas. É a própria vida um equilíbrio. Pode se dizer q sou um pouco influenciado pelo budismo, mas discordo do ponto em q se deve eliminar a dor pela importancia dela para formar nosso caráter (mas eu deixo essa discussão pra outro momento mais importuno ^^)

    Como você disse através da metáfora do eletrocardiograma, vida é atividade, é a própria onda, então o cessar da atividade, o fim da onda e o começo da reta, o fim dos batimentos do coração, seria a morte, ou algo tão entediante quanto...

    Como a vida é esse monte de altos e baixos, eu vejo a beleza nas representações dos sentimentos de cada momento, nos de alegria, euforia, felicidade, amor, e nos de tristeza, angústia, raiva, medo. (EXCETO DOR DE CORNO QUE SERTANEJO E PAGODE VIVEM UTILIZANDO COMO TEMA...)Eu me sinto feliz quando uma música ou uma outra obra humana artística desperta em mim algum sentimento, principalmente música. O mais legal disso é q muitas vezes sou afetado por isso sem ao menos perceber

    beijos

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