Lá em baixo, repousastes os olhos da águia americana. Seu poder, sua força bem embaixo do nosso orgulho e nossa honra. Se não posso ter a conquista, alcançarei então a honra. Jogo-me nesses mares infindos pelo meu país. Reservo-me de viver e, encontro minha identidade para além desses limites. Se olhar para trás vejo que ninguém me chama, mas se para frente olho, o que vejo são os clamores do Oráculo Fundador da minha nação. Minha submissão é uma manifestação natural da minha alma, porque minha nação e a natureza são tão unidas como um. Tenho um orgulho corrente no meu sangue cultivado pelo musubi, e essa é até então a força vitalícia harmônica da minha vida. Preparo-me para o auge da harmonia em sacrifício da vida e submissão ao Imperador. Compartilho a explosão de cólera decorrente de um orgulho ferido, manifestado em irreconhecíveis expressões aos olhares de um outro. Aquelas águias lá em baixo me parecem imóveis, somente seus olhares me avassalam. Ora, eu também sou águia, mas fui cegada. Não tenho mais o poder de ver enquanto eles ainda o possuem. Isso dói, decepciona e humilha. Nunca [mesmo não aqui] hei de esquecer o que ocorreu nesses tempos de Pacifico. Não trago dor e renovar-me-ei na imensidão dessas águas. O Pacífico me abraçará numa paz grandiosa, "suportando o insuportável", descansando. Águas que me adotaram por toda minha vida, irão sempre proteger minha terra onde reina o saudoso passado samurai. Rendimento e Remissão. Males trazidos pelos conceitos do outro lado que já nem mais sei. Somente as imagens de vitória refletem incessantemente na minha memória. Render-me-ei somente e só, ao meu povo. Não chorarei. Banzai.
Fig.: TAMURA Soryu (1903) Echigo Seashore Landscape oil on silk; six-panel folding screen The National Museum of Modern Art, Kyoto
Rubia, gostei muito desse "post".
ResponderExcluirHá um livro muito interessante, que discute a ideia de que a nação é uma 'coisa' imaginada por elites politicas... não é um raciocineo tão simples assim, mas se vc tiver curiosidade... "o mito da nação, a invenção do nacionalismo".
Algo bem.. pós estruturalista.
Enfim....
abraços...
rudy
Olá Rudney, muito obrigada pela dica de leitura, de longe a questão das nações tem me chamado muito atenção! Não preciso nem cometar de "Comunidades Imaginadas" de Benedict Anderson... Genial!
ResponderExcluirEste post especialmente tem muito do "A History of Japan" bem histórico e revelador conhecimento oriental.
Há muitas coisas boas... E se é pós-estrututalismo, bem interessante!
Obrigada e passe sempre por aqui!
Abraços
Sim, comunidades imaginadas, nações e nacionalismos de Hobsbawn... Tem um outro livro muito bom que se chama "a crise do Estado-nação"...
ResponderExcluirGosto muito do pós estruturalismo e da... teoria? rsrsr, não. Da percepção de mundo contido em suas analises!
Pena que não vamos ter tempo de estudar o pós colonialismo! parece ser algo muito interessante...
abraços.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAhn?
ResponderExcluiracho bonito o sentimento de nacionalismo, honra e orgulho, mas a humanidade estaria muito melhor sem eles
ResponderExcluirNão estaria melhor sem eles, o problema consiste no fanatismo e não no nacionalimo, honra e orgulho em si...
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